PROPOSTA 2.
Autorepresentação, narrativa visual e metafórica
Passando para a Proposta 2, tivemos de desenvolver uma narrativa visual, partindo de uma fotografia da nossa “mesa” de trabalhos, a base onde trabalhamos – mesa da cozinha, mesa da sala, cama, mesa de café (…) - e de todos os objetos que tivéssemos sobre este espaço, no momento da fotografia. Neste caso, decidi concentrar-me nos elementos que se destacavam mais na fotografia – o facto de a minha mesa de trabalho se construir a partir de dois cavaletes e uma tábua de madeira e da pequena caixa aberta atulhada de materiais de trabalho.
Partindo destes elementos, procurei retratar o processo de criação de algo, com os seus altos e baixos, a frustração do erro e a procura de um resultado positivo. Esta ideia foi evoluindo e deu lugar a outras, e através de um diálogo com o professor, concluímos que a resposta à proposta
mais viável.
mais viável.
Decidi fazer uma conjunção entre a ansiedade que o aluno sente no dia em que tem de apresentar a ideia que quer desenvolver, ao achar que devia ter desenvolvido mais o seu trabalho em casa, e a ideia de que o artista acaba por, inevitavelmente, trabalhar em todo lado, deixando o seu pensamento fluir em qualquer altura e em qualquer lugar. Daí a frase que dá início ao vídeo “O artista trabalha em qualquer lado... porque acha que fez pouco em casa.”
A omnipresença da produção artística e do processo criativo de uma artista é aqui representada por uma sequência de 4 fotografia, com o mesmo objeto, mas com uma progressão na desarrumação e postura da pessoa retratada. Esta evolução, com uma sonoplastia composta por sons captados no trajeto de casa para a faculdade manipulados fazem a ponte com o segundo plano do projeto, a ansiedade que se sente quando o artista “(…) acha que fez pouco em casa.”.
O vídeo, com cerca menos de 1 minuto e meio, é entrecortado por fades para tela negra, ao ritmo dos sons, e a imagem aparece quando estes se intensificam. A última imagem desaparece ao som da porta da entrada da faculdade a fechar, um som característico do espaço e que provoca ressonância. Transmite o fim do tempo – do vídeo, da possibilidade de progredir com a proposta de trabalho, o clímax da ansiedade.
